Histórico

O DEMULTS (Desenvolvimento Educacional de Multimídias sustentáveis), como grupo de pesquisa interdisciplinar, foi fundado em 2012, com raízes em diversas áreas de atuação, principalmente relacionadas a Educação, Psicologia e Computação.

Certificado pelo CNPq, suas linhas de pesquisa são: Processos Educacionais e Subjetivação com Tecnologias Digitais; Pensamento Computacional na Educação; e Produção de sentidos com Tecnologias Digitais em Contextos Contra Hegemônicos.

O grupo é coordenado pela professora Flávia Peres, sendo inicialmente concebido para realização de uma pesquisa-ação, com a imersão de pesquisadores em contextos de escolas públicas do ensino médio situadas na região metropolitana de Recife-PE (zona urbana). Como fruto dessas pesquisas, foi construída a base para uma metodologia de desenvolvimento de artefatos digitais (jogos, aplicativos e softwares educativos) com a participação protagonista de estudantes durante o desenvolvimento desses artefatos.

Essa metodologia de desenvolvimento tecnológico no DEMULTS desenvolve-se em ciclos contínuos de pesquisa-ação, cujas ramificações já incluíram trabalhos com crianças da educação infantil (DEMULTS-Infância) e com educandos do ensino fundamental II de escolas de educação do campo, situadas na zona rural de Pernambuco (DEMULTS-Campo). Durante os ciclos, as pesquisas buscam evidenciar os processos de produção de sentidos sobre conceitos científicos, subjetividades, resolução de problemas na contemporaneidade, em relação ao design e à programação dos produtos desenvolvidos.

Para os ciclos em contextos de educação do campo, a necessária reflexão sobre territórios do campo e modos de vida camponeses, nas atividades dos pesquisadores, implicou em transformações intersubjetivas no processo de pesquisa, com mudanças emergentes na metodologia DEMULTS e uma apropriação crítica dos artefatos digitais e tecnologias alternativas. Os diálogos com os sujeitos em territórios rurais abriram ao DEMULTS uma participação mais efetiva em processos educacionais contra hegemônicos, alinhados às diretrizes da educação do campo.

Fundamentado em uma abordagem histórico-cultural em psicologia e educação, este grupo de pesquisa também tem aperfeiçoado métodos analíticos convergentes com tal abordagem, para compreensão dos processos nas comunidades de prática pesquisadas, como Análise Interacional, Videografia e Etnografia Virtual.

Em sua trajetória, em 2012, o DEMULTS foi contemplado com o Prêmio Santander de Ciência e Inovação (Primeiro Lugar Norte - Nordeste - Centro-Oeste na Categoria Tecnologias da Informação, Comunicação e Educação); em 2017, recebeu a chancela da Sociedade Brasileira de Computação; e desdobra-se em uma vasta produção científica, publicada em periódicos nacionais e internacionais, livros e anais de eventos.

É importante mencionar a presença do DEMULTS em publicações diversas, como podemos destacar, por exemplo: - dois livros publicados em 2020, compondo a coletânea Tecnologia e Inovação na Educação Básica, a qual aborda o estado da arte nacional em estudos e pesquisas sobre tecnologias educacionais. Há trabalhos de pesquisadores sobre os estudos do DEMULTS no Volume 3 da coletânea Ludicidade, Jogos digitais e gamificação na aprendizagem e no Volume 4 Computação na Educação Básica: fundamentos e experiência (capítulos 6 e 9, respectivamente); - a publicação na revista COMPUTERS & EDUCATION, v.2017/2 com o artigo Participatory methodologies to promote student engagement in the development of educational digital games; - participação sistemática em eventos como o Simpósio da Sociedade Brasileira de Informática na Educação SBIE, o Workshop de Informática na Educação WIE, o Congresso Internacional de Interação Humano Computador IHC, o Congresso Internacional sobre a Juventude Brasileira JUBRA; o Congresso Latino Americano de Psicologia Rural; o Encontro de Pesquisas Educacionais em Pernambuco EPEPE; a Jornada DEMULTS, entre outros.

Recentemente, o DEMULTS participa da Rede OTec, uma rede de pesquisadores do Observatório Tecnologias na Escola, cuja coordenadora Flávia Peres representa a UFRPE em ações e mediações; da Rede JUBRA, Rede de pesquisadores e pesquisadores sobre a juventude brasileira; e a integração com o grupo de pesquisas GEEADC no projeto INTERFACES: cotejando teorias e práticas educacionais no município de Vicência (PE).